Certa vez vendo uma entrevista com Renata Falzoni, uma das grandes senão a maior incentivadora das bikes no Brasil, ouvi pela primeira vez o termo bikefobia. Não sei se ela criou a palavra ou ouviu de alguém mas o fato é que realmente existe a bikefobia.
Ela se caracteriza pela aversão à bicicleta. Esta aversão, que às vezes, chega às raias da intolerância, não é racional, não está fundamentada em algum trauma emocional da infância (pelo menos não na maioria dos casos) nem na perda de algum parente ou amigo atropelado por uma maldita bicicleta. Não. Ela existe única e exclusivamente por si só, e pronto.
No sábado eu e minha mulher fomos ao Espaço Unibanco de Cinema na praia de Botafogo. Era de noite, temperatura amena e moramos no Flamengo, que é bem pertinho. Claro, fomos de bike. Ao lado do cinema existe um estacionamento para automóveis que cobra R$ 5,00 das pessoas que guardam seus carros enquanto vão ao cinema ou à Casa & Vídeo que também é ali ao lado. Eu e minha mulher, de capacete, bem-vestidos (roupas comuns) e balzaquianos perguntamos se poderíamos estacionar as bicicletas ali pagando os R$5,00 cobrados para os carros. Tínhamos trancas e correntes o suficiente para deixar as bikes em total segurança e poderíamos amarrá-las em qualquer cantinho daquele estacionamento gigantesco, não precisavámos nem ocupar uma vaga de carros.
-Não pode senhor. Disse a simpática moça na cabine.
-Mas eu pago e deixo bem amarrada e segura...
-Não pode senhor. Repetiu com menos simpatia a moça da cabine.
-Mas...
Antes que eu dissesse mais alguma coisa a moça da cabine chamou um homem que estava a conversar com outro sujeito a coisa de uns 20 metros de distância. De lá mesmo o sujeito sacudiu os braços energicamente indicando um NÃO peremptório!
É a bikefobia.
Não importa se é um estacionamento, se eu sou uma pessoa de bem, se estou disposto a pagar, se estou com cadeados, nada importa. Nem mesmo o lucro do estacionamento que vai alugar uma vaga de carro sem utilizar o espaço de um carro. Nada importa: bicicleta NÃO!
É contra a bikefobia e que existe esse blog. Se algum dos meus dois leitores vivenciar situações assim por favor me conte que eu publico.
Viva a bicicleta!!!!
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Há 10 meses
Que horror!
ResponderExcluirE o que vocês fizeram depois?
Nunca aconteceu comigo, mas pode ter certeza de que eu ficaria MUITO, mas MUITO BRAVA.
Se eu fosse você, mandaria uma reclamação para o próprio espaço Unibanco, eles deviam dar um jeito e garantir que as pessoas possam ir até lá de bicicleta.
Talvez você tenha razão, Bruna. Pra falar a verdade nós não fizemos nada. Amarramos nossas bicicletas na rua mesmo em frente ao cinema e rezamos para que elas permanecessem lá até o fim da sessão.
ResponderExcluirMas vale sim uma carta ao Unibanco contando o episódio e pedindo providências. Quem sabe não muda alguma coisa??
Abs,
Paulo
Sou ciclista, tenho 48 anos e ainda não tenho netos, mas mesmo assim, com a sutileza de um elefante, um taxista na Senador Vergueiro vira pra mim e diz: vai pedalar pra outro lado, vovó! Eu delicadamente disse: onde vc quer que eu pedale? Eu estou na mão, no cantinho da rua.. ele acenou os braços acelerando e bradando: VAI PEDALAR NO INFERNO!
ResponderExcluirCaramba, Teresa. Falar o quê? As pessoas atrás de um volante mudam de personalidade e perdem noções básicas de civilidade. Triste, muito triste. Obrigado pelo depoimento.
ResponderExcluirAbs!
Paulo
Salve Bicicletista!
ResponderExcluirAki em Curitiba, a capital ecologica do sul do mundo, também ñao deixam a gente colar as bikes nos estacionamentos de carro. nem pagando. Ocorre comigo toda vez que vou ao centro. Só de birra vou de estacionamento em estacionamento perguntando, e ainda falo que pago adiantado.
[]'s
randy
Fala, Randy!
ResponderExcluirPois é, um dia eles ainda vão entender que estacionamento pra bicicleta pode ser mais lucrativo e ocupa menos espaço rs... O importante é que a gente não desista. Nunca.
Abs!